A História do Chile divide-se comumente em doze períodos históricos que cobrem o intervalo de tempo compreendido entre o começo do povoamento humano no atual território chileno (c. 10500 a.C.) até os dias atuais.
De acordo com a teoria da passagem do Homem pelo Estreito de Bering através da ponte de Beríngia, durante a última glaciação conhecida com o nome de Würm pelos europeus e Wisconsin pelos americanos, o Chile – localizado na parte mais meridional da América do Sul e na zona ocidental da mesma, sobre o oceano Pacífico – foi a última região da América a ser ocupada.
A glaciação Wurm-Wisconsin durou cerca de cinquenta mil anos. Segundo os cientistas, a Ponte Terrestre de Bering teve condições de ser transitada durante quatro mil anos na primeira fase e quinze mil anos na segunda. A partir de então, o homem foi andando para o sul, até chegar ao atual território chileno.
Descobrimento
O primeiro europeu a reconhecer o território chileno foi o português Fernão de Magalhães, na sua tentativa de circunavegação do planeta sob as ordens de Carlos I, Rei da Espanha.
Após zarpar de Sanlúcar de Barrameda em 26 de Setembro de 1519, e de reconhecer grande parte do litoral brasileiro e argentino, Magalhães descobriu o estreito que liga o Pacífico ao oceano Atlântico, em 1 de Novembro de 1520, data que a historiografia chilena considera como a do descobrimento do território do país. Em um primeiro momento, Magalhães nomeou o local de Estreito de Todos os Santos, tendo posteriormente levado o seu nome.
O primeiro explorador de grande parte do território chileno foi Diego de Almagro, sócio de Francisco Pizarro na conquista do Peru. As disputas que teve com Pizarro pela divisão das riquezas do destruído império Inca levaram-no a se aventurar nas terras do sul. Almagro partiu de Cuzco em julho de 1535. Muitos historiadores acreditam que uma das razões da viagem de Almagro eram os rumores da existência de um reino muito mais rico que o Inca ao sul, o qual poderia haver surgido de forma intencionada como forma de debilitar as investidas conquistadoras e assim permitir uma rebelião nativa.
Após percorrer o caminho do Inca (cruzando territórios correspondentes às atuais Bolívia e norte da Argentina), Almagro realizou a travessia da cordilheira dos Andes com terríveis resultados: grande parte de sua comitiva morreu durante a travessia devido à hipotermia. Após mais de nove meses, Almagro finalmente chegou ao vale de Copiapó, em 21 de março de 1536.
Almagro organizou o reconhecimento de sua governância denominada Nova Toledo (como havia sido chamado o território cedido ao conquistador por parte do monarca espanhol), sem encontrar as riquezas que tanto buscava. Um enfrentamento em Reinohuelén entre os indígenas e uma das patrulhas é considerado a primeira batalha da denominada Guerra de Arauco. Decepcionado e cansado da desastrosa viagem decide voltar ao Peru, em 1536, tomando a rota de Arequipa até Cuzco, onde se rebela contra Pizarro.
A Colônia
Finalizada a etapa de Conquista, inicia-se um período que durará mais de dois séculos, durante os quais se ampliaria e consolidaria a dominação espanhola no território, apenas resistida pelos mapuches.
O Reino do Chile constituía administrativamente uma capitania-geral com capital em Santiago. O controle efetivo do território embarcado por esta se reduzia ao Vale Central até o rio Biobío. À frente da capitania se encontrava o governador e o capitão geral, assessorado pela Real Audiência, presidida pelo mesmo governador. A Audiência, além de servir de órgão de consulta do governador, tinha também as funções de tribunal de apelações do reino.
Como toda capitania-geral, Chile era uma região especial de administração, mas com base no sistema de controle recíproco de autoridades, o rei Felipe II sujeitou ao governador a vigilância do vice-rei do Peru, ao expressar em uma cédula real de 1589 que deveria "guardar, cumprir e executar suas ordens, e o avisar de tudo que ali se oferecesse de consideração". A partir de tal norma, os vice-reis entenderam que a relação entre ambos era de efetiva dependência, além de, em alguns casos, a relação do governador ser direta com o rei e em outras passar pelo vice-rei entre a capitania e o vice-reinado. Por exemplo, mediante cédulas reais, só se autorizou a vice-reis intervirem no Chile em caso de "alvoroço e tumulto"; facultou-se aos vice-reis colocar em prática táticas militares na Guerra de Arauco (defensiva) e, depois, ordenou-se diretamente ao governador do Chile implanta-las (ofensiva). Também se autorizou aos vice-reis remover o governador e, posteriormente, se negou a eles tal atribuição.
Em respeito a recursos militares e abastecimento comercial, a capitania dependeu do vice-reinado. A administração de justiça da capitania era autônoma do vice-reinado, exceto a Inquisição que correspondia a um delegado de Lima e os juízos de comércio, que dependeram do consulado de Lima até 1795. No Governo a relação foi flutuante, dependendo do período, as instruções que enviava o rei e inclusive as personalidades das respectivas autoridades (vice-reis e governadores), nunca havendo uma anexação formal da capitania ao vice-reinado. Além disso, em certos períodos, por questões estratégicas de segurança do Vice-reinado – por exemplo, diante de ameaças de corsários – os vice-reis interviam diretamente no governo do Chile, inclusive por própria iniciativa. Mesmo assim, alguns governadores se acostumaram a consultar ou pedir conselhos sobre temas urgentes ao vice-rei, devido à grande distância que os separava do rei, na Espanha. Finalmente, em 1798, por conta de uma disputa entre o vice-rei O'Higgins e o governador Avilés, o rei Carlos III declarou que o Chile era independente do vice-reinado, "como sempre deveria ter sido entendido".
A Guerra do Arauco tenderia, ao longo do período da Colônia, diversas etapas de alta beligerância e outras mais pacíficas: guerra ofensiva, guerra defensiva e parlamentos. Além disso, os governadores espanhóis tiveram que enfrentar, durante a segunda metade do século XVII, a repetidas incursões de corsários ingleses. Para a sustentação do exército se estebeleceu, em 1600, o Real Situado, uma subvenção da coroa paga com cargo ao tesouro do vice-reinado do Peru. A situação geográfica do Chile, apertado entre as principais rotas terrestres e marítimas, foi um dos inconvenientes maiores com o qual lidou a colonização do país. Isto, somado ao constante estado de guerra em que se encontrava a capitania, converteram o Chile em uma das regiões mais pobres do império Espanhol na América. Os intercâmbios com o Peru foram a base da atividade comercial da capitania; posteriormente, ainda que legalmente proibido, se estabeleceu um comércio regular com Buenos Aires.
O século XVII foi caracterizado economicamente como o século do sebo, pois este artigo, junto ao couro e o charque, se converteu no principal produto de exportação para o Peru, o que permitia a obtenção de importantes dividendos a uma economia precária, de escassa capacidade de produção em diversas áreas ao gado. O século seguinte, XVIII, foi chamado de século do trigo, já que neste século se formou uma nova estrutura social agrária, que permitiu um amplo desenvolvimento da agricultura e uma importante quantidade de exportações deste cereal ao vice-reinado. De fato, em 1687 o Chile se converteu no "celeiro do Peru", pois nesta data o país foi assolado por uma praga que afetou grande parte dos vales cultiváveis. Também se desenvolveu a mineração, com exploração de ouro, prata e cobre.
Ainda que existisse um sistema de monopólio, o contrabando se tornou ativo e de forma ostensiva durante o século XVIII, com a chegada de navios procedentes da França, Estados Unidos e Inglaterra. Apenas o estabelecimento da liberdade de comércio com a Espanha, em 1778, permitiu um intercâmbio mais contínuo com a metrópole.
Durante esse período ocorreram vários terremotos de grande magnitude. Entre outros, o ocorrido em 13 de maio de 1647, que destruiu grande parte da cidade de Santiago; o de 15 de março de 1657, que danificou completamente Concepción e gerou um tsunami; e o de 8 de julho de 1730, que voltou a danificar seriamente Santiago e Valparaíso.
A Independência do Chile
No ano de 1808 o Império Espanhol vivia um crescente estado de agitação. Chegaram ao Chile as notícias da invasão napoleônica na Espanha, e o cativeiro de Fernando VII na época em que havia assumido García Carrasco como governador do Chile. Depois de um tumultuado caso de contrabando, renunciou em 1810. O militar mais antigo do Chile nesta época era Mateo de Toro y Zambrano, que assumiu interinamente o mandato. Ao mesmo tempo, havia se propagado fortemente entre os criollos o movimento juntista – trocar o governo espanhol por uma junta de notáveis que conservaria o governo enquanto durasse o cativeiro do Rei.
O governador Mateo de Toro y Zambrano aceita a convocatória em um cabildo para decidir o estabelecimento de uma junta de governo. Assim, em 18 de setembro de 1810, se forma a Primeira Junta Nacional de Governo, ficando Mateo como presidente e dando início ao período denominado Pátria Velha. Em pouco tempo se convocam e se elegem os membros do Primeiro Congresso Nacional – tendo uma ampla maioria o movimento dos moderados, que propunham uma maior autonomia, sem chegar à completa separação do Império Espanhol, enquanto os exaltados, que pregavam a independência absoluta e instantânea, ficaram com a minoria.
A priori, o governo transitório estabelecido se manteve sem intenções de obter independência. Porém, com o correr dos meses, tomou outros rumos, especialmente com a ascensão ao poder de José Miguel Carrera. São editados os primeiros textos constitucionais e leis próprias, e são criadas novas instituições, como o Instituto Nacional do Chile, a Biblioteca Nacional e o primeiro jornal chileno, a Aurora de Chile. Por vez, inicia a Guerra da Independência contra as tropas reais.
As tropas enviadas pelo vice-rei do Peru, José Fernando de Abascal y Sousa, junto aos apoiadores da Coroa que habitavam o território, finalmente derrotam as tropas patriotas na Batalha de Rancagua, em 2 de outubro de 1814, dando início à Reconquista Espanhola. Neste momento se restauram as instituições coloniais, com os governos de Mariano Osorio e Casimiro Marcó del Pont.
Com o Desastre de Rancagua, a maioria dos líderes independentistas teve que fugir para Mendoza, na Argentina. Ali foi formado o Exército dos Andes, a cargo do general argentino José de San Martín, do qual participava Bernardo O'Higgins, líder das milícias chilenas. Este Exército Libertador, que inicialmente contava com 4.000 homens e 1.200 militantes da tropa de auxílio para condução de mantimentos e munições, cruzou a Cordilheira dos Andes e em 12 de fevereiro de 1817 derrota as tropas reais na Batalha de Chacabuco, dando início à Pátria Nova.
O'Higgins foi nomeado Diretor Supremo e, em 12 de fevereiro de 1818, primeiro aniversário da Batalha de Chacabuco, declara formalmente a independência do Chile, que se confirmaria com a vitória do exército chileno na Batalha de Maipú, em 5 de abril do mesmo ano.
Sob seu governo realizaram-se diversas obras de infra-estrutura, organizou-se a Esquadra Libertadora que se dirige até o Peru, realizou-se a captura da cidade de Valdivia, que ainda se encontrava nas mãos dos espanhóis, por parte do almirante Thomas Cochrane e se promulgam duas cartas fundamentais, a Constituição de 1818 e a Constituição de 1822; O'Higgins, porém, ganha a antipatia do povo devido ao seu autoritarismo, suas tentativas de se manter no poder indefinidamente e a ordem de morte, por influência da Logia Lautarina, a Carrera e a Manuel Rodrígues. Para evitar uma guerra civil, O'Higgins renuncia em 28 de janeiro de 1823, e em julho do mesmo ano se exila no Peru
A Organização da República
Com a renúncia de Bernardo O'Higgins, o país entrou em um longo período de instabilidade política, que durou uma década. O general Ramón Freire, que se assume como Diretor Supremo sendo assessorado por Mariano Egaña, dedica-se a acabar com o último foco de resistência colonial em Chiloé, mas a constante desordem política em que se encontra o país é um grave obstáculo ao seu governo. Como forma de solucionar o problema, é redigida a Constituição Moralista de 1823 – porém sua complexidade gera um grande rechaço na população que, somado à crise econômica imperante, provoca a caída do governo Freire.
Em um ambiente dominado pelas disputas entre políticos, Manuel Blanco Encalada é eleito como primeiro Presidente do Chile. Seu curto governo esteve marcado pelo domínio do grupo federalista e a promulgação das Leis Federais de 1828. Mas novamente essa legislação é rechaçada e provoca o caos no país. Blanco Encalada renuncia e se estabelece uma sucessão de presidentes de curto período de governo.
Em 1828, Francisco Antonio Pinto consegue aprovar a Constituição de 1828, de linha liberal. Nas eleições, Pinto é reeleito, mas o acusam de fraude eleitoral. Além disso, o Congresso Nacional designa como vice-presidente Francisco Ramón Vicuña, cargo que deveria ser efetivado por eleição popular. Isto provocou o levante do exército, no comando de José Joaquín Prieto, que controla rapidamente o sul do Chile, dando início à Revolução de 1829.
Pinto e Vicuña renunciam aos cargos para evitar uma guerra civil, mas já é demasiado tarde. A união entre conservadores, produtores de tabaco e partidários de O'Higgins, com a Batalha de Ochagavía, produz a queda do regime liberal e se instaura um governo revolucionário sob comando de José Tomás Ovalle. Finalmente, a batalha de Lircay outorga a vitória definitiva dos revolucionários e o fim do regime liberal.
República Conservadora
Após a vitória na Revolução de 1829, José Joaquín Prieto assumiu como Presidente da República em 1831. Com ele, o poder de Diego Portales aumentou de tal forma que este último se converteu no homem mais importante do país.
Seguindo a ideologia de Portales, de caráter autoritário - "governo obedecido, forte, centralizador, respeitado e respeitável, impessoal, superior aos partidos e a os prestígios pessoais" -, é promulgada a Constituição chilena de 1833, que entrega fortes poderes ao Presidente da República, eleito por sufrágio censitário por um período de 5 anos e reelegível por outros 5. Isso permite que o país acabe com o período de anarquia dos últimos anos, estabelecendo um período de estabilidade (só abalado momentaneamente pelas revoluções posteriores de 1851 e 1861), enraizado nas bases institucionais em que se desenvolveram os regimes posteriores, e começando a se recuperar da crise econômica.
O descobrimento de cobre em Chañarcillo e a venda de trigo para mercados externos começaram a outorgar riqueza ao país. Além disso, a rivalidade dos portos de Valparaíso e de Callao no Peru pelo domínio do Pacífico se agravou com a criação da Confederação Peru-Boliviana de Andrés de Santa Cruz. Portales, um dos mais ferrenhos inimigos desta confederação, foi um dos promotores da guerra contra a união de Peru e Bolívia. Em sua posição de Ministro da Guerra, conseguiu que o Congresso chileno declarasse guerra contra a confederação em 28 de setembro de 1836. Grande parte do povo e do exército não estava convencida da ida à guerra; porém o assassinato de Portales, em 6 de junho de 1837 foi o alicerce necessário para a participação da população na guerra e a vitória na batalha de Yungay, a mando do general Manuel Bulnes, em 20 de janeiro de 1839.
Em 1841, Bulnes é eleito como sucessor de Prieto. Durante este período, a economia do Chile segue em crescimento. Inaugura-se a Universidade do Chile e começa uma ascensão da cultura com a Sociedade Literária de 1842 de José Victorino Lastarria e Francisco Bilbao, entre outros. Também se deu início a um período conhecido como Época de Expansão, com o estabelecimento de uma colônia no Estreito de Magalhães. Ao fim de seu mandato uma tentativa revolucionária para evitar a ascensão de Manuel Montt foi aplacada pela Batalha de Loncomilla, em 8 de dezembro de 1851.
Junto ao seu ministro, Antonio Varas, Montt seguiu a linha de seu predecessor: construção de estradas de ferro, pontes e estradas; elaborou-se o Código Civil de Andrés Bello e inicia-se a colonização do sul do Chile, através da imigração alemã nas regiões de Valdivia e Llanquihue, coroada pela fundação de Puerto Montt.
Porém a estabilidade do regime conservador começou a ruir. A Questão do Sacristão deu origem a um conflito entre a igreja católica e o Estado, deixando Montt em uma encruzilhada. Diante desta situação, muitos conservadores se afastam do Presidente e se unem aos opositores do governo, dando origem à fusão Liberal-Conservadora. Antonio Varas, representando o Partido Nacional, finalmente é derrotado pela Fusão Liberal Conservadora, em 1851.
República Liberal
José Joaquín Pérez assume como presidente em 1861, como candidato da unidade e assim acaba o período chamado Época dos Decênios - devido à duração dos mandatos dos presidentes Prieto, Bulnes, Montt e Pérez.
Uma das primeiras situações conflitantes no seu governo foi a Guerra contra a Espanha. O reino europeu havia ocupado as Ilhas Chinca, sob jurisdição do Peru como forma de pagamento por antigas dívidas contraídas durante a Guerra da Independência, logo após a batalha de Ayacucho (1824) e reconhecida na capitulação que se acordou após a batalha. Anos depois os detentores dos bônus, tanto peruanos quanto espanhóis, pressionaram para que a dívida fosse efetivada, o que motivou a presença na costa ocidental da América do Sul da Expedição Científica - denominação utiilizada para uma forte esquadra de guerra espanhola. O pretexto da toma das ilhas foi um incidente na fazenda Malambo, que teve como resultado um espanhol morto e o Tratado Vivanco-Pareja, repudiado pelo povo peruano e que foi considerado como uma afronta à independência americana. O Chile se alia com o Peru, e finalmente no combate naval de Abtao os espanhóis são derrotados pela esquadra aliada, não sem antes bombardear o porto de Valparaíso, em 21 de março de 1866 e se livrarem do combate de Dois de Maio, em 2 de maio do mesmo ano, em El Callao.
O período de expansão iniciado durante o governo de Montt foi continuado. No norte do Chile começa a inversão e exploração de minerais (salitre e cobre) na zona de Antofagasta, sob administração boliviana. Ao mesmo tempo, o francês Orélie Antoine de Tounens declarou a independência do reino da Araucania e Patagônia. Ainda que este estado nunca tenha se instalado de fato, gera-se no país uma idéia de controlar finalmente a região de dominação indígena. Em 1865, uma lei interpretativa da Constituição estabelece a liberdade de cultos e em 1867 começa a regir o Código de Comércio.
Em 1871 assume como presidente Federico Errázuriz Zañartu. Durante seu governo acaba a fusão Liberal-conservadora e se cria a Aliança Liberal, ao se unirem liberais com o Partido Radical. Durante o regime liberal, realizam-se diversas modificações na constituição de 1933: reduz-se o quórum das sessões das câmaras do Congresso, limitam-se as faculdades presidenciais e se flexibiliza a acusação aos ministros por parte do Congresso, que começa a ter mais atribuições. Além disso começam a se tratar as "questões teológicas" ou relacionadas com a Igreja. O Código Penal é aprovado em 1874 e a Lei de Organização e Atribuições dos Tribunais (1975), que suprime o foro eclesiático e os recursos de força.
Em 1879 os atritos diplomáticos entre Chile e Bolívia, pela administração da fronteira norte do país e dos interesses chilenos nas minas de salitre, provocam o desembarque militar em Antofagasta em 14 de fevereiro, dando início à Guerra do Pacífico, o maior conflito bélico da história do país.
Após a conquista do território de Antofagasta, o Chile rapidamente se enfrenta no mar com o Peru, aliado da Bolívia, e acaba com a conquista dos territórios de Tarapacá, Arica e Tacna, em meados de 1880. A Bolívia se retira da guerra em maio deste ano e o Chile consegue entrar em Lima com a Batalha de Miraflores, em 15 de janeiro de 1881. A guerra finalmente acaba com a Batalha de Huamachuco, em 10 de julho de